domingo, 16 de dezembro de 2007


Relâmpagos

são luzes crianças

brincando de esconde-esconde

no escuro do céu.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007



Silenciosa e áspera
como uma rocha,
a vida pode ouvir
o lamento do vento
ou o cantarolar da brisa.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

AMOR


Às vezes me soa
como uma sinfonia
de Beethoven,
ora suave
ora grave...

música delicada
que inunda corpo
alma,
boca em chamas
mãos em preces
tom que parte
tão longe num dó
quase lá...
INQUILINO

O verso
às vezes vem

às vezes fere
fura
foge

o verso chega
sempre na hora certa
e nunca vai embora.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Gosto tanto do vermelho
que alegre e bem disposto
sorri do azul que,
cansado da vida
subiu aos céus...

domingo, 18 de novembro de 2007

COTIDIANDO




Madrugada imensa
logrando a lua
girando

um gato no meio-fio da calçada
preto
brilhante pêlo preto
foge...

meu dia começa assim
às pressas
feito à fórceps
sem querer nascer
( o canto dos pássaros nasce depois).

domingo, 28 de outubro de 2007

Busca

O calar da poesia dói
nas manhãs claras
nas noites sem fim
nos outonos intermináveis em mim


o silêncio corta
feito espada
e a palavra não sai
filete do nada
jorrando descaso
por entre as linhas
que deseperadas correm
pelo canto das páginas
e sangram
ainda virgens.

terça-feira, 23 de outubro de 2007



Recolho as velas cansadas e ancoro;

Tempo de marulhar...

INQUIETAÇÃO


Tenho sede de vermelhos intensos
e goles densos
que atiçam desejos
e arrepiam Pêlos dourados...

domingo, 21 de outubro de 2007



ZZZZZ...

abelhas sorvendo

o néctar

doce encanto da flor

que suspira

amarelos...

PRELÚDIO


Da teia
a aranha
espreita o sexo da gata
na trama da noite
abençoada pela lua
branca,
virgem...



NO CIO


Felina

se enrosca e geme

na claridade do dia



Gata mia...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007



Gato preto

suave afago

no colo da moça

ronronando encantos...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007



O Silêncio fez a cama
tua ausência
ecoava pela casa
e eu,
confessava
desejos proibidos
às paredes.
INTERVALO


Enferrujada junta
agoniza
o torpor dos dedos

a máquina não tem culpa
é cúmplice
é coisa

coisa não pensa
não faz metáforas
trocadilhos
neologismos,
lembrei neoliberalismo
neo abismo
egoísmo

se rima fosse uma peça
trataria de repô-la

tenho as mãos
cheias de graxa
de calos
estórias

a caneta agora
escorrega no tempo surdo
- hora de ir embora.

terça-feira, 16 de outubro de 2007



O AMOR TEM DE SER PARTO NORMAL,

NÃO CESARIANA...

HAICAI


Sereno no telhado
lua alta irradia luz
pérola noturna.

sábado, 13 de outubro de 2007

Gato na noite

ronrona baixinho

segredos da lua.




Chuva caindo

o felino arranha

fio de tempo.



GARI

Eu limpo sua sujeira

levo suas lembranças

tropeço em sua poeira

engulo sua cinza

eu carrego tristeza

esperança

alegria e um pouco

de tempo

estou sempre aqui.

Você tropeça em minha sombra

mas não me vê

à tardinha

recolho o pôr-do-sol

e algumas borboletas

viro pó.

Foto do Amigo Júlio/ Poema meu - Exposição "Um Olhar sobre o Japão"