quarta-feira, 17 de outubro de 2007

INTERVALO


Enferrujada junta
agoniza
o torpor dos dedos

a máquina não tem culpa
é cúmplice
é coisa

coisa não pensa
não faz metáforas
trocadilhos
neologismos,
lembrei neoliberalismo
neo abismo
egoísmo

se rima fosse uma peça
trataria de repô-la

tenho as mãos
cheias de graxa
de calos
estórias

a caneta agora
escorrega no tempo surdo
- hora de ir embora.

Um comentário:

Bebel disse...

Um intervalo é sempre bem-vindo quando se precisa repor as energias para voltar em seguida com a carga cheia, seja da caneta, que da vida...

Beijos encantados