Foto: Mosaico de Lápides de Rafael Wanke
QUE ASSIM SEJA
Se é para doer
que doa
até fissurar
todos os ossos
sangrar por todos os poros
porque dor de amor
não tem remédio
tarja preta
chazinho
emplastro
band-aid
pino que dê jeito
é dor que não se sabe
não faz sentido
dor e pronto
insanidade vagando
pelas ruas
batendo a cabeça
pelas paredes
gemendo pelos cantos
sussurrando pelas orelhas dos livros
dor de amor findado
é quase doença terminal
é desistência
dilacerante
enauseante
permanente agonia
arrastando o verbo
pela página
lápide agora
tão fria...
11 comentários:
Mara, que lindo!!! "Sussurando pelas orelhas dos livros"! Muito inspirado e inspirador!! Abração amiga!!!
é isso aí... traduziu muito bem essa agonia insana =)
belo pela contemporaneidade esse poema, gostei!
bjos
Boa Tarde Queri!
Como sabes,
aff!
DOIIIIIII de bom essa dor do Amor,
nessa palavra escrita,
grita loca no silencio
da ausência.
Bjkas úmidas de cá!
beleza, baby! beleza!!!
Arrastando o verbo pelas páginas, como correntes que arrastamos pela vida, mais uma...
vira a esquina, deixa elea ali e vai tomar aquele café expresso com chocolate que faz tão bem! Depois de curtir o luto e chorar todo o pranto...
bjs,
Belíssimo poema.
Beijos
Dilacerante. O grito ecoando no abismo do desencontro.
bjo
Mara este fim-de-amor me lembrou Pedaço de Mim, do Chico Buarque.
Tive uma ex-namorada que dizia que, depois de nosso rompimento, pensava em mim quando ouvia esta música.
Nooosssa, não sei se ficava orgulhoso ou com medo...(rs)
Esta poesia tem imagens fortes e inusuais, bem como mistura a dor com a paisagem do cotidiano.
Como já disse João Cabral: "não existe guarda-chuva contra o amor"
E eu parafraseio a poetisa: "não existe gaze e merthiolate para estancar as feridas da distância..."
Beijão.
Ricardo Mainieri
Poeminha adorável, chamada "obra aberta"- serve pra todo mundo.
ND
Nuu, fez isso em quantos dias? rs... Muito bom! E me serve!!!
No centro da alma.
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