quinta-feira, 7 de maio de 2009




CONSTATAÇÃO





Hoje sou um olho trapo



espio tua ausência


em frestas mofadas


em dobras de lenços









Hoje estou uma boca míope


língua farpada


mãos em silêncio...

20 comentários:

Beatriz disse...

Grita lá e eu cá.

Enquanto eu pressinto como uma barroca dos dodges de veneza...vc constata feito uma Fera Kill-bill.
Tem jeito não Mara, vc é boa pra dedéu.
Olho trapo - língua farpada em boca míope? Ah, vai fazer cinema também, please?

já conhece o Poesia Aberta? Sorry o spam, mas tem uma poetisa que combina com vc

Neusa doretto

http://poesiaberta.blogspot.com.

Leia a Neusa. De cortar com linha de seda.

Cosmunicando disse...

mãos em silêncio... lindo, Mara.

bjs

Ana Pérola Veloso disse...

também gostei de "mãos em silêncio".

a estudante tem amor, Mara?

Lua em Libra disse...

Nossa, queri, que forte!
Gostei. Beijo, pensando no teu e-mail e tentando compor um tempo...

nydia bonetti disse...

Um olho trapo, espiando a ausência em frestas mofadas... Que imagens fortes, Mara. Que beleza de poesia...
Um beijo.

Mara faturi disse...

Lindas poetas,

obrigada pelos comentários; é meu coração em trapos vomitando dor e poesia;)
* ainda bem que tenho ouvidos que não silenciam e olhos sensíveis que me espiam...
bjos

Celina Rodrigues disse...

Lembrei-me de uns olhos mudos.

Cynthia Lopes disse...

Da aridez da tela de Dali, para os versos rascantes de Mara, bela tradução minha linda, bela tradução! Tbém senti sua falta...
mas estamos nós aqui agora, nos vendo como sempre. Um grande beijo amiga e companheira de versos e rimas (pela vida!).

nina rizzi disse...

oi, mara :)

faz um tempão que tento comentar aqui e nunca dá certo :s mas agora foi (?) êêê...

tem razão, parece "doído". mas são nessas que temos rasgos. incrível o seu :)

beijo.

Lorena N. disse...

Verdade Mara, estamos falando a mesma língua. Farpada.

Poesia Aberta disse...

Mara,

Você tem a síntese do poema,da palavra plástica : quem lê,enxerga.

___ Levou-me lá dentro da coisa.

bjs
neusa doretto

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá Mara! Olha, com um poema desse, onde estás sem ninguém, não pode faltar olhos que te espiem e ouvidos que não silenciem.

Adorei, muito profundo.

Estive passando, avistei teu espaço, invadi, gostei e não resisti.

Beijos,

Furtado.

Beatriz disse...

vim te ver. estamos na mesma. não postei mais nada nem vc. ai, ai...será que sai alguma coisa nos próximos dias?
tô em crise, mas a clarice sarou!!!!!!

Renato de Mattos Motta disse...

poema rasgado

farpado

mofado

doido de doído

e belo!

amei, amiga.

bichauo disse...

Oba!
E eu aqui, hoje, escrevendo sobre "ausência". Que coisa, né?

Obrigada pelos comentários!
Minha vez de ler o que escreves

douglas D. disse...

constatação
que inquieta
e arranca imagens
(diversas imagens)

dade amorim disse...

Que bom poema, Mara. Gosto mesmo.
Vou olhar no seu perfil, se você for do Rio, procura na Estação das Letras, em Botafogo, a oficina do Carlito Azevedo. Vale a pena.

Beijo!

BAR DO BARDO disse...

Bom texto.

Forte e pulsante.

Sabor adequado para os corajosos!

Rubens da Cunha disse...

"hoje estou uma boca míope".. queria tanto esse verso pra mim, mas vc tinha que chegar primeiro...
não brinco mais :)

abraços

Aroeira disse...

adorei!