AVESSO
O dia nasceu
amarrotado
dormi do avesso
estou rangendo os dentes
pelas horas que se arrastam
o tempo devorando
minhas incertezas
tua imagem virou pedra
áspera e fria
- Queria nesse momento
ser apenas córrego...
Em tempo; Latim sempre me soou misteriosamente poético...Então, longa a caminhada rabiscando, inventando,tentando, agora veio a coragem de, "Per Tempus" dividir e compartilhar com vocês alguns de meus poemas.
21 comentários:
Como sempre, versos em equilíbrio.
bjs
Legal, Mara!
Para as imagens(e situações) petrificadas a solução-zen de virar algo fluido, como um córrego...
Belo e filosófico poema.
Beijão.
Ricardo Mainieri
"Pedra áspera e fria"
"queria ser apenas córrego"
Fiquei pensando sobre as vezes em que já me senti assim, e agora, vejo o quão paradoxal é isso. A aspereza e frieza deveriam ser suficientes para o eulírico sentir-se indiferente para com a "tua imagem". Mas o desejo de ser córrego, o ranger dos dentes, as incertezas e o resto significam que "tua imagem" ainda é bastante viva e presente, apesar do desgosto.
Bons versos.
Lindissimo poema, como sempre.
tua imagem virou pedra
áspera e fria
Lindo
Beijinhos
Sonhadora
Amo a palavra, ainda mais assim. Entendo esse frio e essa aspereza que dizes... E pra variar coisa querida, o poema é lindo e vira tua pele. Amo isso !!!!!!!!!!!
Bem então quem sabe
Este córrego faz deste mineral bruto
Uma pedra polida, rolada...
Moça que bom te ver aqui outra xs,
imensa saudades de vc.
Bjkas de lua crescente pra vc.
Realmente, num momento como esse, um córrego seria o lugar ideal para uma pedra áspera e fria.
Belo poema amiga. Muito profundo.
Beijos,
Furtado.
Mara, adorei.
(de quantos momentos
se faz um córrego?)
bj
Isso de dormir do avesso deixa-nos magoados com nós próprios...
Gostei da ideia e do poema.
Um beijo.
"- Queria nesse momento
ser apenas córrego..."
Eu também quero ser córrego e em todos os momentos.
Ótimo poema, Mara.
Ótimo fim de semana.
Beijos
Eu não acordo assim, Mara, eu ando assim. :) Queria também ser só um fiozinho d'água... Lindíssimo teu poema. beijo!
Senti a dor do tempo nas tuas imagens, lavada pela água do córrego.
bjs
Quando dizes que queria ser apenas córrego, penso na fluidez e na velocidade com que a força das águas quebraria e contornaria essa “pedra”, imagem já sem vida, destituída de sentimento. Eu gosto muito dessas imagens que crias e das metáforas que estão presentes nesse fragmento. O córrego tem uma força, mesmo que nesse poema ele pareça ter uma característica mais branda, quando dizes "apenas", como algo simples e manso.
S.P
*COMENTÁRIO DA AMIGA SILVIA, QUE ENVIOU POR EMAIL...MAS TÁ VALENDO...ÔOO SE TÁ;)
**Obrigada moça, vindo de alguém das "letras" e tão sensível..é uma honra!
Bjo
Mara,
declaro, publicamente, minha saudade.
bjs
Que versos bonito!
estou aqui, conhecendo seu blog e fico passeando por entre as letras. E, aqui, no avesso das incertezas, a água sempre presente como possibilidade de redenção. Sim, pois que ser água, apesar do ranger que trava, é deixar-se fluir.
Um abraço
↓
Tudo à V sô!
MARAvilha!
Escorregar na pedra fria...
beijo!
oi, flor - continuo a apreciar as tuas letras!
besos
Água que lava e leva...
Lindo!
Beijo
que sutileza ante as diversidades pesadas! molto bello.
Mara, vc é linda!
Prezada Mara,
Vi a data de sua última postagem. É uma maldade deixar a nós, os leitores, tanto tempo sem seus poemas. Vamos a eles!
Eliane F.C.Lima
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