quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010


AVESSO




O dia nasceu

amarrotado

dormi do avesso



estou rangendo os dentes

pelas horas que se arrastam

o tempo devorando

minhas incertezas



tua imagem virou pedra

áspera e fria



- Queria nesse momento

ser apenas córrego...

21 comentários:

Cynthia Lopes disse...

Como sempre, versos em equilíbrio.
bjs

Ricardo Mainieri disse...

Legal, Mara!
Para as imagens(e situações) petrificadas a solução-zen de virar algo fluido, como um córrego...
Belo e filosófico poema.

Beijão.

Ricardo Mainieri

Manu disse...

"Pedra áspera e fria"
"queria ser apenas córrego"

Fiquei pensando sobre as vezes em que já me senti assim, e agora, vejo o quão paradoxal é isso. A aspereza e frieza deveriam ser suficientes para o eulírico sentir-se indiferente para com a "tua imagem". Mas o desejo de ser córrego, o ranger dos dentes, as incertezas e o resto significam que "tua imagem" ainda é bastante viva e presente, apesar do desgosto.

Bons versos.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Lindissimo poema, como sempre.

tua imagem virou pedra
áspera e fria

Lindo

Beijinhos
Sonhadora

Marcia Carneiro disse...

Amo a palavra, ainda mais assim. Entendo esse frio e essa aspereza que dizes... E pra variar coisa querida, o poema é lindo e vira tua pele. Amo isso !!!!!!!!!!!

Ana Echabe disse...

Bem então quem sabe
Este córrego faz deste mineral bruto
Uma pedra polida, rolada...

Moça que bom te ver aqui outra xs,
imensa saudades de vc.
Bjkas de lua crescente pra vc.

Rosemildo Sales Furtado disse...

Realmente, num momento como esse, um córrego seria o lugar ideal para uma pedra áspera e fria.

Belo poema amiga. Muito profundo.

Beijos,

Furtado.

Poesia Inclusiva disse...

Mara, adorei.

(de quantos momentos
se faz um córrego?)

bj

Graça Pires disse...

Isso de dormir do avesso deixa-nos magoados com nós próprios...
Gostei da ideia e do poema.
Um beijo.

Fred Matos disse...

"- Queria nesse momento
ser apenas córrego..."


Eu também quero ser córrego e em todos os momentos.

Ótimo poema, Mara.

Ótimo fim de semana.
Beijos

nydia bonetti disse...

Eu não acordo assim, Mara, eu ando assim. :) Queria também ser só um fiozinho d'água... Lindíssimo teu poema. beijo!

Sônia Brandão disse...

Senti a dor do tempo nas tuas imagens, lavada pela água do córrego.

bjs

Mara faturi disse...

Quando dizes que queria ser apenas córrego, penso na fluidez e na velocidade com que a força das águas quebraria e contornaria essa “pedra”, imagem já sem vida, destituída de sentimento. Eu gosto muito dessas imagens que crias e das metáforas que estão presentes nesse fragmento. O córrego tem uma força, mesmo que nesse poema ele pareça ter uma característica mais branda, quando dizes "apenas", como algo simples e manso.
S.P

*COMENTÁRIO DA AMIGA SILVIA, QUE ENVIOU POR EMAIL...MAS TÁ VALENDO...ÔOO SE TÁ;)
**Obrigada moça, vindo de alguém das "letras" e tão sensível..é uma honra!
Bjo

Cynthia Lopes disse...

Mara,

declaro, publicamente, minha saudade.
bjs

Jacinta Dantas disse...

Que versos bonito!
estou aqui, conhecendo seu blog e fico passeando por entre as letras. E, aqui, no avesso das incertezas, a água sempre presente como possibilidade de redenção. Sim, pois que ser água, apesar do ranger que trava, é deixar-se fluir.
Um abraço

byTONHO disse...



Tudo à V sô!

MARAvilha!

Escorregar na pedra fria...

beijo!

líria porto disse...

oi, flor - continuo a apreciar as tuas letras!
besos

Sylvia Araujo disse...

Água que lava e leva...

Lindo!

Beijo

Aroeira disse...

que sutileza ante as diversidades pesadas! molto bello.

Patrícia Mello disse...

Mara, vc é linda!

Eliane F.C.Lima disse...

Prezada Mara,
Vi a data de sua última postagem. É uma maldade deixar a nós, os leitores, tanto tempo sem seus poemas. Vamos a eles!
Eliane F.C.Lima